A ESCOLA MODERNA

Crônicas

Antonio Machado

A escola moderna ao longo dos anos vem tomando uma dimensão muito grande com relação a liberdade do aluno na sala de aula. Tive minha formação num período militar, dentro de um prisma de educação e respeito ao professor, mesmo sabendo que , ele não era o recipiendário absoluto da cultura, mas ali na sala de aula, ele o era. Na escola do passado, os alunos se levantavam ficando todos de pé para receberem o mestre, o professor, ou mesmo, quando uma autoridade visitava a escola.

Mantinha-se respeito, educação, era bonito se ver na sala de aula todos fardados parecia um pelotão de soldados, e na realidade o eram, os soldados da Pátria , nem sei se a palavra Pátria ainda se escreve com letra maiúscula.

Hoje, vê-se na sala de aula ou nas escolas, os jovens travestidos das mais feias, indumentárias, com desenhos extravagantes nas roupas, com palavras e frases inteiras em inglês, e o que é pior, não sabem sequer o que esta escrita.

“A calça usada e a meia calça, desbotada e cheia de buracos, a camisa é sem manga, e ainda escrevem frases como “terceirão”, referindo-se ao terceiro ano do curso médio, ou mesmo “ segundão, trabalhei numa escola que cada série tinha farda diferente, não havia uma homogeneidade da escola. Certo dia interroguei o diretor da escola, a razão de tantos descalabros na vestimenta dos alunos, e ele me respondeu: “os jovens são assim mesmo, gostam de novidade”. Anos mais tarde fui diretor oficial da escola, e até professores com roupas que não condiziam com sua profissão. Atualmente na sala de aula a professora chega e o cumprimento para os alunos é este: “oi galera, como é que vai? E a turma responde: “tudo legal”. Olha-se nas cabeças dos alunos, e se ver um boné preto enterrado, ficando de fora, somente os dois olhos, nos ouvidos estão dois fios sendo um do telefone celular e outro é ligado numa rádio FM. O tempo todo, quando não é um MP-3 passando rock, o aluno no seu mundo, como desligado de tudo, a construir o seu individualismo, no caminho do autismo, da depressão, o seu rosto na escola, parece mais o rosto de um marginal, pois esconde toda sua fisionomia num boné, como se não bastasse ainda, pasmem meus leitores, já flagrei na sala de aula o aluno assistindo filmes pornô pelo telefone, com direito a imagem e som.

E eu me pergunto: que tipo de educação esta sendo implantado neste país? Que profissionais estamos formando para a vida, e, conseqüentemente, para o futuro? Eu não sei. O respeito com a reciprocidade do professor aluno, isto está desaparecendo das bancas escolares, para dar lugar a piadas, jocosas, onde tudo é permitido, porque os jovens querem assim... é liberdade demais, que às vezes descamba para libertinagem, ora se para haver aprendizagem é necessário muita concentração, imaginemos um aluno com os “aparatos e instrumentos acima citados” como é que vai ficar sua “formação”?

Não é ser piegas nem saudosista, é primando pelos valores morais que engrandecem o homem para a vida. Nas festas escolares, os finados grêmios que tantos valores artísticos revelaram, hoje dão lugar a dança do créu, do cachorro, da garrafa, do ventre do rip rop, e outras baboseiras cheias de sensualismo e safadeza, como a imprimir no educando aquela situação degradante , como se a realidade fosse isso, é tudo sob os aplausos dos diretores e professores. Pobre escola moderna.

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