FILOSOFIA DO QUOTIDIANO

Pe. José Neto de França

No pequeno e único “ensaio filosófico” escrito pela minha mãe, Maria Lila França (1925-2022), cujo original guardo com muito carinho, na parte que tem como título, “A minha vida”, dois versos toca profundamente o existencial de quem ler..

1 – “Aquele tempo tão lindo / eu gosto de recordar / o tempo que passou / dá vontade de chorar / que tenho a certeza / que nunca mais vai voltar!”

A autora, como qualquer pessoa, tem sua história particular, história essa que não deixa de respingar na história universal. Enquanto no tempo e no espaço, o passado que marcou a nossa vida vai sempre nos fustigar, provocando uma saudade que tempera a nossa alma, ou seja, não, necessariamente, nos machuca, mas nos motiva para seguirmos adiante.

2 – “No dia de minha morte / ninguém tem o que dizer / é um dia sagrado / igualmente o de nascer / e tem que tirar da lembrança / para não enlouquecer!”

Aqui a autora fala de uma realidade natural e importantíssima da vida humana. O dia da nossa morte temporal é tão importante quanto o dia de nosso nascimento, ou seja, o dia que saímos do útero de nossa mãe – se bem que naquele dia já estávamos a mais ou menos nove meses no tempo e no espaço. Realidade da qual ninguém escapa (“ninguém tem o que dizer”). Ao tempo em que exorta a não nos prendermos no “morrer”, tanto porque, essa dinâmica faz parte do ciclo da vida...

Enigmas da vida!!!

[Pe. José Neto de França – Sacerdote, Nutricionista – CRN/AL nº 43951/P, Escritor e Influenciador Digital]

Comentários