Previsões Climáticas, de acordo com o Prof. Molion e NOAA.

João do Mato

No dia 30/10/2018, circulou no WhatsApp o resumo de uma palestra sob o título- Pesquisa Indica Fim da Estiagem no Nordeste, no Jornal Folha de Pernambuco.

A novidade foi anunciada pelo PhD em Meteorologia e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Luiz Carlos Molion, que esteve em Pernambuco, no município de Petrolina, recentemente para divulgar seu estudo.

Segundo o Prof. Molion,

"Os próximos dez anos (2020-2030) apontam para um resfriamento dos oceanos, o que significa o fim do ciclo da estiagem prolongada com a chegada de chuvas regulares no Nordeste brasileiro. A tendência é que a temperatura da Terra diminua, com um ligeiro resfriamento de aproximadamente 0,3 graus centígrados, uma vez que o sol está em baixa atividade eletromagnética.

Desde dezembro de 2008, o sol entrou nesse período de baixa atividade e passará assim, produzindo um pouco menos de energia, até 2030. Esse fenômeno, chamado “mínimo solar”, ocorre a cada 100 anos e, para a Ciência, ainda é um mistério explicar o porquê de o astro ter esse comportamento por século."

O resumo da palestra pode ser enunciada em duas premissas
1) Temperatura dos Oceanos
2) Atividade eletromagnética do Sol.
A temperatura nos Oceanos, de acordo com essa teoria para o Nordeste, é inversamente proporcional á chuva.Ou seja,quanto maior a temperatura, menor será quantidade de chuva na região.

Da mesma forma, a atividade solar,que é o gerador de energia, quanto menor essa atividade eletromagnética, menor será a temperatura nos oceanos e teremos mais chuva.

Por outro lado, no mesmo dia, fui atrás de outro boletim informativo do NOAA,que havia sido divulgado anteriormente.
Vejamos:
Aumentam para 70% chances de El Niño no fim de 2018 e início de 2019, diz NOAA

Publicado em 16/07/2018 11:14
O Centro de Previsão Climática do NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional) dos Estados Unidos elevou para 70% as chances de ocorrência do fenômeno climático El Niño entre o final de 2018 e início de 2019. O período corresponderia ao outono e inverno no hemisfério Norte e primavera e verão no hemisfério Sul.
"O ENSO-neutral [período em que nem o El Niño e nem La Niña estão em atividade] é favorecido no Hemisfério Norte no verão de 2018, com a chance de o El Niño ocorrer aumentam para cerca de 65% durante o outono e para cerca de 70% durante o inverno de 2018/19 [no hemisfério Norte], disse o Centro em sua previsão mensal.

Neste período, o Brasil deve estar iniciando o plantio da safra de grãos 2018/19, com culturas como soja, milho, arroz e feijão.

A atuação do fenômeno tende a deixar o inverno mais frio e tempestuoso em todo o sul dos Estados Unidos, chuvoso na Califórnia e mais quente no Noroeste do Pacífico e no Norte das Montanhas Rochosas. Na América do Sul, o Brasil pode ficar mais seco em algumas áreas, principalmente no Centro-Norte e mais úmido no Sul, enquanto que a Argentina pode ter mais chuvas.

Leia mais:
Anomalias médias da temperatura da superfície do mar (TSM) (° C) nas últimas semanas - Fonte: The Climate Prediction Center/NOAA
O El Niño é caracterizado pelo aquecimento das águas da superfície do oceano pacífico e a atmosfera reage. De acordo com informações da agência de notícias Bloomberg, o fenômeno climático costuma causar impactos consideráveis nos mercados financeiros e de commodities.

"As condições agora são favoráveis ​​para o surgimento do El Nino em algum momento dos próximos seis meses", disse Michelle L'Heureux, consultora do Climate Prediction Center, para a Bloomberg. "A observação depende dessa palavra, 'favorável'. Estamos um pouco acima do limite que queremos ver para emitir um alerta."

Em 2015, um grande evento de El Niño prejudicou as produções de cacau, chá e café em toda a Ásia e África, além de favorecer incêndios florestais em Singapura e inaugurou o inverno mais quente já registrado nos Estados Unidos, sufocando a demanda de gás natural no país.

No mês passado, o Centro de Previsão Climática havia estimado as chances de o El Niño se instalar em 50% durante o outono e 65% durante o inverno [no hemisfério Norte].

Observando as duas previsões climáticas, vemos que:

1) O Prof. Molion fala sobre o resfriamento dos Oceanos entre os anos 2020 a 2030,fenômeno La Nina, portanto um ciclo de chuvas de acordo com essa previsão.Não foi mencionado nada sobre o ano de 2018 e 2019.

2) O NAOO aumenta a chance para 75% para o Fenômeno El Nino vir a se instalar entre o final de 2018 e início de 2019.

3) Pelo andar das previsões, tudo indica que em 2019, aqui no Nordeste, teremos a continuação climática de 2018 que foi de chuvas abaixo da média. Vamos aguardar novas previsões dos Institutos de Climatologia espalhados pelo mundo.

Maceió, 06 de novembro de 2018.
João Francisco das Chagas Neto.
CREA 508 D AL.

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