CARNAVAL, FESTA DO POVÃO

Antonio Machado

Antonio Machado
Os historiadores das áreas sociais, são equânimes em afirmarem que o povo brasileiro, é essencialmente festeiro, o nordestino nada deixa a desejar nesse quesito, e o sertanejo tira a seca da cabeça, mas o samba está no pé, para tanto, as prefeituras promovem mirabolantes contratos de bandas musicais, enfim, tudo que venha animar o período momesco.
Não vou aqui recordar origens do carnaval, pois muitos outros já o fizeram, sei, contudo, caro leitor, que quando você estiver com este jornal nas mãos, o carnaval já está na rua, haja vista ser a festa de todos onde se extravasam suas mágoas acumuladas desde o último carnaval. O governo é o maior incentivador da festa do momo, “o Ministério da Saúde reservou 12 milhões para o lançamento da campanha do carnaval sobre os riscos do vírus HIV” (Gazeta, 23/02/2019), e mais, quem passa na rodoviária de Maceió, depara-se com um enorme depósito de “camisinhas” preventivos sexuais em grande quantidade, que estão sendo distribuídas gratuitamente a quem o desejar sem nenhuma orientação de como usá-las. Os postinhos de saúde distribuem graciosamente, e a meninada leva para casa e enche de ar soltando os canudos que são levados ao sabor do vento, surpreendeu-me, entretanto, ao efetuar uma compra numa loja da cidade, e após o pagamento recebi de presente alguns exemplares desse produto.
A distribuição desses produtos está mais para a geração de filhos “sem qualidade” como que incentivando as pessoas a se precaverem das doenças transmissíveis. Afirmam os usuários desses apetrechos que “elas” não são confiáveis, sempre falham no momento que mais se necessita, sabe-se, entretanto, que é no período carnavalesco onde mais se usam esses produtos. Perguntei a alguns casais que evitam filhos se eles usavam esses preventivos, todos disseram que, os que são distribuídos pelo governo, não são seguros, só quando usados duplamente, merecem mais confiança, enquanto os comprados são confiáveis, e se um estiver infectado? Quem paga por tudo? O governo é o mais responsável por tudo, levando o grande estadista francês, Charles de Gaulle (1890 – 1970) “o Brasil não é um país sério”.
Os cantores que no passado gravavam LP (hoje CD) com músicas carnavalescas que enchiam as rádios e invadiam os lares numa alegria contagiante, quem não cantou Jardineira, Dom Rafael, as Pastorinhas e as imortais músicas carnavalescas de Claudionor Germano? E tantas outras que se imortalizaram no tempo em suas belas vozes...
Hoje tudo passou, as malfadadas bandas metálicas carregadas de axé e outras baboseiras fecharam os clubes e invadiram as praças, graças as benesses das prefeituras.
Lembro o trecho de uma letra de uma música carnavalesca escrita pelo poeta do povão Colly Flores, inspirada no carnaval da história da pequenina Olho d’Água das Flores, como escreveu o arapiraquense Pedro da França Reys, no hino oficial do município “tu és pequenina, / mas és valorosa...” eis o trecho da letra de Colly: “na periferia, a boneca de Elias, dançando para o povão / na Avenida, a Sambacana desfilando, Dra. Edina cantando, animando os corações”.

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