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Literatura

Por João Neto Félix Mendes - www.apensocomgrifo.com

Pelé, Wellington Costa e Francisco Soares (Acervo do Francisco Soares)

Nas décadas de 1960 e 1970, uma das maiores maravilhas tecnológicas a chegar no sertão alagoano foi, sem dúvida, a emissora de rádio. Mesmo em meio a tantas novidades da atualidade, as emissoras têm lugar cativo. Naqueles anos, a obtenção de homologação de transmissor era ambição inglória. Era reservada aos poderosos e políticos. Nada restava aos menos abastados e amantes da comunicação senão enveredar pelos caminhos da clandestinidade.

A primeira emissora clandestina de Santana do Ipanema, a icônica “Rádio Candeeiro”, surgiu em 1962, como movimento reivindicatório pela instalação de energia elétrica na cidade que vivia às escuras. Entrava no ar com auxílio de bateria de automóvel. O lema da emissora era: “Ou chega energia ou se vota em branco! Queremos luz da Chesf!” “Governador veio a cidade. Pediu calma, paciência e confiança no governo. A energia foi instalada em 1963.”

Um povo festeiro e sedento de comunicação não tardou a transgredir e inaugurar várias emissoras clandestinas. Lacradas pelas denúncias de invejosos, uma dava lugar a outra. Músicas, protestos e vozes repercutiam nas casas, ruas, praças, escarpas das serras e veredas. Vozes de gente brava e lutadora que carregava no bornal o maior tesouro: voz e talento. Chico trabalhou em praticamente todas as emissoras ilegais e homologadas, além de ter exercido vários cargos de coordenação.

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