Já faz alguns anos que venho tentando escrever uma fábula ambientada no Deserto do Atacama. Pensei num diálogo entre um urubu e um preá agonizante. Já estava com tudo fantasiado, como quando eu era adolescente, no banheiro, prestando homenagem à saudosa Odete Lara. Mas, como desconheço a fauna do Atacama, pintou uma dúvida: não sei se no Atacama existem preás e urubus. Dizem que, nos oásis e margens das lagoas, podem ser encontrados flamengos, lhamas, guanacos e outras espécies. Bom, nesses locais, pode-se encontrar tudo isso, creio que até preá. Urubu, jamais; pois sabe-se que urubu prefere lugares mais hostis, onde preás morrem de fome e sede. Além disso, oásis não é deserto, é desvio de conduta, como a honestidade desde muito antes de Ruy Barbosa.
Pensei em exportar alguns urubus pra lá. Botei fé na verve. Aí meti o dedo no teclado e espantei uns três: Xô! Xô! Xô! Afinal, a viagem é longa, e um urubu só não faz. Verão.
Nada. Só consegui fazê-los alçar voo e ficar lá em cima planando em espiral e corujando a gente aqui embaixo.
Liguei para um amigo e pedi sugestão sobre como levar uns três urubus até o Deserto do Atacama.
Clique Aqui e veja o artigo completo
Literatura: Projeto Fábula no Atacama (Pouca carniça pra muito bico)
LiteraturaPor Fernando Soares Campos 05/07/2020 - 23h 50min Arquivo do autor

Comentários