Se você continua insistindo no hábito de fumar e de ingerir bebida alcoólica regularmente, saiba que você pode ser um dos 14,7 mil casos novos de câncer de boca esperados pelo Instituto Nacional do Câncer em 2018. O câncer de boca, quinto entre os mais prevalentes no Brasil, mata mais de 5 mil pacientes por ano.
“Quando falamos em câncer bucal incluímos lábios e o interior da cavidade oral, gengivas, mucosa jugal (bochechas), palato duro (céu da boca), língua (principalmente as bordas) e assoalho (região embaixo da língua)”, elencou a odontóloga oncológica Fernanda Mota, que atua na Santa Casa Rodrigo Ramalho.
Segundo um levantamento realizado em 2017 junto ao Sistema de Informação sobre Mortalidade, do DataSUS, entre 2002 e 2011 ocorreram 60.132 óbitos por câncer de boca e orofaringe no Brasil. O perfil predominante dos óbitos foi: homens, brancos, na faixa do 50 anos ou mais, com baixa escolaridade, casado e óbito em ambiente hospitalar.
Fernanda Mota explica que os homens sempre foram os principais alvos da doença, porém, com as mulheres aderindo a hábitos nocivos, como o alcoolismo e o tabagismo, elas passaram também a sofrer com o problema na proporção de uma mulher para quatro óbitos masculinos, segundo o INCA.
Doença silenciosa
Os sintomas do câncer de boca, são sutis. Por isso, é comum que a doença seja detectada em um estágio avançado. “Por ser indolor e pela falta de informação, as pessoas demoram a procurar um profissional”, lamenta Fernanda.Ao notar qualquer um dos sintomas (veja quadro abaixo), deve-se consultar um dentista. “Não é preciso esperar vários sintomas. Um já é motivo suficiente, principalmente se a pessoa é tabagista ou ingere bebida alcoólica regularmente.”
Conheça (e evite) os fatores de risco
Os fatores de risco clássicos do câncer de boca são o fumo e o consumo de bebidas alcoólicas. Além deles, nos últimos anos, tem havido um aumento na incidência da doença associado ao vírus sexualmente transmissível HPV por meio do sexo oral. Nos lábios, a exposição aos raios UVA e UVB, sem o uso de um protetor solar adequado, também é fator de risco extra."Por ser uma doença ligada ao estilo de vida, a melhor prevenção é evitar os fatores de risco", diz a odontóloga Fernanda Mota. De acordo ela, a higiene bucal é uma forte aliada no combate à doença, assim os hábitos alimentares. Alimentação com bebidas a altas temperaturas, como é o caso do consumo regular de chimarrão, no Sul do País, é um fator de risco.
Além de evitar tais fatores de risco, ela recomenda a escovação dos dentes após as refeições, o uso do fio dental e a consulta periódica ao dentista.
Unidade possui serviço especializado
O Serviço de Odontologia Oncológica da Santa Casa Rodrigo Ramalho atende pacientes usuários do Sistema Único de Saúde encaminhados pelo Cora (Complexo Regulador de Assistência) de Maceió. Para ser encaminhado pelo Cora, o médico do Posto de Saúde deve fazer o encaminhamento.O atendimento na Santa Casa Rodrigo Ramalho inclui assistência oncológica para pacientes com suspeita de câncer oral e orofaringe e acompanhamento do paciente antes, durante e após o tratamento oncológico. "De acordo com a terapia oncológica escolhida, realizamos o tratamento bucal adequado", explica Fernanda Mota.
O tratamento do câncer na Santa Casa de Maceió inclue cirurgia, radioterapia e quimioterapia. “A terapia na boca pode afetar a deglutição e a comunicação do paciente, por isso, finaliza Fernanda Mota, a melhor opção contínua sendo a prevenção.”

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