Corre, oh! Rio Ipanema,
entre pedregulhos e caminhos sinuosos.
Cerca tua cidade com teus últimos córregos de água salobra.
Faz de tuas viagens, intermináveis lamentos,
para que teus filhos não joguem em ti,
todos os teus enganos.
Daqueles banhos que nos destes,
daquelas águas que saciaram nossa sede.
Reveste agora, nossa alma de complacência,
Para que sejamos menos infames,
ao tirar tua pureza.
Rio Ipanema, os silvícolas do passado que tanto te reverenciaram;
Faz com que nós, agora menos civilizados,
Salvemos o teu leito ferido.
Rio é feito de enchentes e de vazios,
que ao adormeceres ao canto das rãs e das luzes dos vaga-lumes,
Ao acordares, foges pra bem longe,
para que não vejamos teu martírio.
Continuas a nos embalar com os teus ruídos das grandes cheias
e que tua intermitência aplaine nossos corações.
RIO IPANEMA
PoesiasMarcello André Fausto Souza 21/04/2017 - 15h 42min

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