UMA HISTÓRIA DE TRANCOSO

Versos e Prosas

Por João Francisco das Chagas Neto

Revendo os alfarrábios. Uma contenda com o Transgênico

Ainda sobre o Comendador,
Nessa época dos Carneiros,
Criava uma Fogo-pagou.
Me lembro como agora.
Era um Galeguinho Sarará
Da venta descascada.
Andava com a meninada
Fazendo estripulia.
Preocupando a família
Tomando banho de barreiro
No cercado de Mané de Flora.
Onde caçava preá.
Matava muito passarinho
Dava bofada em calango
Foi repreendido por um Samango.
Porque botou busca-pé num gato.
Deu pedrada em vira-lata
E também mexia em ninho.
Depois quebrou o pára-brisa
Do caminhão de Luiz Parral.
Passou dois dias no mato.
Com medo de levar uma pisa.
Foi preciso um mutirão
Prá encontrar o danado.
Era o raio da silibrina
Quem hoje vê o cidadão.
Comportado e comprometido.
Não sabe da missa um terço.
Quem foi aquele menino
Que na casa de Marinete
Ateou fogo num cesto
Quase incendiava tudo.
Deu uma pedrada num surdo-mudo
Que ia passando por perto.
Esse era José Malta Fontes Neto
O fundador da Maltanet.

Quebra Coco,setembro de 2008.

Intervenção do Trangênico

João do Mato meu amigo
Vou lhe contar um segredo
Que ouvi de Zé Tranquedo
Um morador dos Carneiros
Amigo do comendador,
Me contou este senhor
Que estava numa caçada
De tatu, peba e pintada
Lá prás bandas do Girau
Quando os dois se separaram
Um pro lado outro pro outro
E o tiro comeu no centro,
Foi aí nesse momento
Que o comendador desvendou
Depois de sessenta tiros
Apenas um acertou,
E sabe o que matou?
Um filhote de urubu
Cujo dono era Salu.

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