Banda Mel “ O QUADRO NEGRO “

Histórias Engraçadas

José Antonio Soares Campos

Mês de março sempre é um mês feliz pra mim, mas começa com um pouco de saudade, pois se meu irmão Clovis estivesse conosco, nesta vida terrena, estaria completando seu 49 anos de vida logo no dia primeiro, e eu devo devo fechar o mês no dia 30 pra fazer meus 53 bem vividos anos e o meu filho Luciano seus 22 anos.
Tirei esse mês pra arrumar algumas coisas na terrinha, estou reformando um cantinho especial pra mim, a casa da “Sogra”, rsrsrs......, nesse ínterim recebo a visita de uma figura impoluta de nossa cidade, trata-se nada mais do que o Sr. “ Afraldenio” mais conhecido como Banda Mel, e por acaso me solicitou uma carona até nossa Maceió, pois tinha compromissos inadiáveis a resolver na Capital.
Acertado a carona na horinha certa estava lá o Banda Mel, embecado e com sua tradicional “cachorinha” uma mochila com algumas camisas, perfume, sandália e a insubstituível camisa do Botafogo. Conversa vai e conversa vem, o Banda relembrou uma passagem de longínqua data quando demos diversas risadas durante a viagem, minha irmã Francisca riu tanto que ficou com dor de barriga, ela também desfrutava da caroninha até Maceió, ele lembrou de um fato ocorrido no dia de São João no ano de 1986.
Neste dia festivo, muitas coisas a se resolver estava na minha folga de escala, passamos o dia em animação total esperando chegar logo a noite onde acender-mos-ia a fogueira alusiva ao nosso Padroeiro São João, as crianças a soltar fogos de artifícios e a alegria tomava conta de todos, pois São João é o Padroeiro dos Nordestinos, cabras bons que gostam de forró.
La pra dez horas nos deslocamos até os arraias onde quadrilhas juninas faziam a animação, dançando forró , tomando um quentão e a alegria era geral, cerca de três da manhã quando eu voltava pra casa e ao passar em frente a casa de uma amigo, garoava numa noite fria e úmida, e estava aquela figura única, numa rua com pouca luminosidade a frente uma um resto de fogueira, já em uma cinza fumarenta, com alguns troncos de lenhas ainda por queimar, bem sentado com as pernas cruzadas o aludido Banda Mel, se deliciando com um “Litrão” de Pitu já abaixo da linha do horizonte.
Menos de meio, na maior tranquilidade, nem pestanejou ao notar a parada de um veículo em frente à fogueira de São João, notei que o mesmo já se encontrava em estado bem avançado de teor etílico, desci do meu veiculo e o abordei com a seguinte frase: “Que é que você esta fazendo ai Banda?” De pronto ele respondeu! “estou aqui curtindo a minha meu, qual - é veio”, foi motivo de riso de minha parte, pois vi que o Banda já estava topado de aguardente, naquele momento pensei com meus botões, o Banda é uma pessoa excelente, educado, amigo de todos, só que quando está neste estado se torna um pouco inconveniente, em algumas vezes quando atiçado sai do sério.
Pensei em fazer um medo no mesmo pra ver se o mesmo deixava de beber daquela forma, voltei a carro e peguei minha arma, tirei toda a munição da mesma, conferi por segurança e desci do veiculo com o revolver na mão, até então o Banda olhava pra mim atônito, perguntou de pronto: “que foi veio, vai caçar uma hora dessa?” Não respondi bruscamente, “hoje eu vou limpar a rua, vou dar cabo de um bêbado inveterado que sou arma barraco e perturba a paz;” pra minha surpresa o Banda gritou plenamente qual é veio, não tô vendo ninguém aqui que eu esteja perturbando, só tô derrubando meu litrão, respondi com voz de executor, “você é um mal exemplo pra todos”, ele disse “que nada cara, por obsequio me deixe em paz e vá sua viagem, você deve ter alguém esperando pro você meu!” Respondi negativo, “daqui só saio quando eu der o meu recado, e meu recado e na bala”, tentando não rir com o semblante de espanto do amigo Banda.
Incrivelmente foi ouvir do Banda a expressão: “Bom cara se você ta com a arma e está disposto a me banir do mundo eu não posso fazer nada, porem deixe pelo menos eu tomar mais uma, porque assim eu chego lá em cima ligado.” eu vendo que o mesmo pegou o litro e colocou na boca e tomou um grande trago e ainda disse: “agora to ligado pode fazer o que você quiser eu não vou fazer nada.”
Eu pensei essa brincadeira já foi longe demais e fiz menção de ir embora, pois o Banda me desafiou e disse que foi ta com medo? Então voltei e pensei agora vou fazer um medo a esse cabra que ele não vai esquecer nunca, me dirigi a o Banda e apontei a arma pra sua cabeça, ele em hora nenhuma se sentiu ameaçado, segui então com a brincadeira de mau gosto e puxei o gatilho da arma sem munição, ao ouvir o pinar do gatilho o Banda virou pra mim e disse sorrateiramente “qual é veio bote bala nesse pau velho, você parece que bebe!.”
Após esse fato sai daquele local rindo mais do que tudo, nunca vi uma pessoa passar por experiência dessas daquele jeito. Quando acordei no outro dia o banda ainda de ressaca da noitada etílica, foi la em casa e disse rindo, “você pensa que eu sou quadro negro pra querer me apagar,” e ficou caçoado de mim durante bastante tempo, “pense num revolver fubá que quebra coco”, hoje está ai o amigo Banda Mel, aqui no Shopping Iguatemi, comigo, compadre Elias e Mozart Brandão tomando uma tacinha de Chope e rindo a toa.

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