TEMPOS DE OUTRORA EM TEMPOS MODERNOS

Crônicas

Cheops Araújo Malta

Lembro-me bem, quando ainda criança, assistia pela primeira vez o clássico “Tempos Modernos” do inesquecível cineasta e poeta britânico Charles Chaplin, naquela época tudo era divertido, grandes engrenagens, homens sendo engolidos por máquinas, gargalhadas por parte de todos.

Cresci e já na escola vi novamente o cinema mudo que muitos colegas julgavam desnecessário. É impressionante o quanto Chaplin em 1936 já conseguia ver o que hoje vivemos: operários “robôs”, doenças emocionais, máquinas tomando lugar de homens, facilidades que levam a criminalidade.

Em meio a esses “tempos modernos” que vivemos, no último 25 de julho pude mergulhar em uma boa viagem aos tempos de outrora. Nos salões do tradicional Tênis Clube Santanense vivi momentos que para mim serão inesquecíveis.

Música de ótima qualidade, pessoas com sorrisos fabulosos em seus rostos, salão lotado, e ao ver os belos passos de Djalma Carvalho e Evalda e o alinhado traje do Dr. Paulo Onofre fui transportado para um local mágico, a camiseta “moderna” vermelha que vestia tornou-se um passeio completo e os meus desconcertados passos de dança agora pareciam perfeitos.

A orquestra tocava mambo, rumba, samba, bolero, rock in roll, canções românticas e as pessoas não paravam de dançar, revezavam-se no salão, os “meninos” de outrora pareciam não cansar e a noite transcorreu de forma muito tranquila e alegre.

Hoje, passados alguns dias dessa noite mágica, vejo o paradoxo entre estes “tempos” e sou muito feliz por poder ter vivenciado HOJE a maravilhosa experiência vivida por meus antecessores.

“Tempos Modernos” me ajudaram a conhecer os que viveram os “Tempos de Outrora” para que nesse cruzamento, pudéssemos HOJE, viver estes bons momentos que nunca por mim foram imaginados, porém naquela noite vividos com intensidade.

Não faças do amanhã o sinônimo de nunca,
nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais.
Teus passos ficaram.
Olhes para trás ... mas vá em frente
pois há muitos que precisam
que chegues para poderem seguir-te.

Charles Chaplin

Cheops Araújo Malta Julho/2009

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