Um determinado grupo de jovens combinaram para irem a um baile, que ia haver numa cidade próxima de Santana do Ipanema – Al. Fretaram uma rural (carro utilizado na época para transportar passageiros), e todos contribuíram ao referente pagamento da lotação. Todos eram estudantes e estavam desfrutando de todo gás que a vida lhes proporcionava. Combinaram tudo direitinho pra que nada desce errado. Portanto, o fim de semana estava garantido e prometia ser muito maravilhoso. Esperavam ansiosamente a chegada do grande dia. Na manhã seguinte do encontro tão esperado, as providências já estavam acertadas. Ao todo eram umas dez pessoas e o combinado era que a rural iria pegá-los na praça central da cidade. Quando chegou a hora marcada, o carro estacionou na pracinha e pegou as pessoas que lá estavam, exceto duas garotas que ainda não haviam chegado ao local. Aguardaram um pouco e nada delas aparecerem. Então resolveram ir à casa das meninas. Clara e Clarice, ambas são irmãs. Ficaram esperando um tempão a Clarice se arrumar. As horas iam passando e Clarice nada de terminar de se arrumar. Os meninos não agüentavam mais esperar. Clara já estava produzida e eufórica como todos sabiam, Clara tinha fama de fofoqueira. Ela não resistia a uma conversinha paralela. Falava o que sabia e o que não sabia. Ela juntou-se aos demais, conversa foi o que não faltou. Não aceitando a demora da irmã, Clara resolveu ir buscá-la. Um dos rapazes chamado Carlos falou em voz alta: “Diga a ela, que mulher feia, quanto mais se pinta pior fica”. Quando os amigos escutaram isso, sorriam tanto que não agüentaram mais, entretanto, a resenha foi grande. Clara, não pensou duas vezes e contou para sua irmã das gargalhadas que estavam dando por causa da demora dela e qual o motivo por terem começado toda aquela zorra.
Clarice ficou tão triste que desistiu de ir ao baile. Aquela noite pra ela foi a mais longa, pois estava deprimida e em prantos ficou desabafando entre as quatro paredes do seu quarto, os seus antigos complexos sobre a beleza feminina, porque considerava-se realmente feia. A turma foi embora, inclusive sua irmã Clara e juntos foram festejar, se divertiram a noite toda e nem se quer pensaram em Clarice. Imaginaram que ela queria ficar sozinha por isso era a razão da demora e desistência do passeio. Nada disso. Essa frase dita pelo seu amigo e ex-paquera que algum tempo atrás tinha ficado com ela, deixou-na arrasada. Foi a gota da água que faltava para cair no oceano. Uma coisa que ninguém sabia, que Clarice era extremamente complexada e que sempre conseguia esconder isso da turma. Se sentia horrorosa, e achava que todo mundo lhe via assim também. Quando se olhava no espelho, a expressão transmitida não lhe agradava, não aceitando chorava em silêncio. Tudo fruto de sua imaginação, na realidade ela possuía uma beleza interior espetacular, a qual não percebia. De tanto imaginar isso pensava que para as outras pessoas ela era motivo de graça e que tudo isso que aconteceu só veio para confirmar seus complexos. Clarice ficou tão magoada com Carlos, que passou uns quinze anos sem falar com ele. Carlos percebeu, mas permaneceu na dele. Não teve coragem de se aproximar dela, nem pra pedir desculpas. Deixou que o tempo se encarregasse de consertar um ato impensado dele. Ficou aí uma lição para ele que não se deve falar sem antes pensar nas conseqüências dos atos. Por uma brincadeira acabou perdendo a amizade de Clarice. Para concluir, eu afirmo para você, pense antes de agir. Não deixe que uma simples brincadeira que você ache que seja inocente destruir uma amizade. Às vezes usamos palavras que machucam quem as ouve, mas que temos a oportunidade de corrigir os erros. Saiba que ao usar simplesmente a palavra PERDÃO, você pode quebrar o gelo que congela suas almas. Tenha coragem, atitude e haja rápido, para não dar lugar a angustia, o ódio de se instalarem, dentro de você. Pense nisso! Boa sorte e seja feliz fazendo os outros felizes
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