DEUS: FONTE DE FELICIDADE, DE PAZ, DE VIDA, DE PLENITUDE

Pe. José Neto de França

“Triste daquele, cuja felicidade depende dos acontecimentos exteriores. Coitado daquele que coloca a sua paz nas coisas de fora, porque nunca estará em paz. Ainda que consiga tudo não terá paz, porque tem medo de perdê-la; e um dia vai perder mesmo porque tudo passa. A paz verdadeira, a vida verdadeira, a plenitude verdadeira a gente só encontra em Jesus Nosso Senhor...” (Dom Henrique Soares da Costa)

Assistindo um fragmento de um vídeo coletado nas redes sociais, chamou-me a atenção as palavras de Dom Henrique, que aqui transcrevi. Um homem de Deus dotado de uma magna inteligência e sabedoria; de um conhecimento fantástico conseguia prender a atenção de pessoas de todas as idades, de todas as classes sociais.

Nessa sua fala, ele abordou um tema que tenho insistido muito em meus aconselhamentos, pregações, palestras e escritos: Não encontramos a verdadeira paz no mundo temporal, mas somente em Jesus Cristo!

Mas, por que a paz verdadeira não pode ser encontrada no mundo?

O mundo é um constante “devir”. Tudo está em movimento, tudo passa, nada permanece.

Por exemplo, para uma pessoa que tenha 80 anos, isso é, tenha vivido, pois já não os tem, a não ser os que lhes resta no seu período temporal, muitos dos seus valores da primeira década de vida perderam o sentido, deixaram de ser valores interessantes ou, simplesmente foram abandonados. Assim como lugares, pessoas, amizades... Hoje pode até ter como valoroso algo que tenha condenado no passado. Sua personalidade, por mais conservadora que seja, lapidada, bem ou mal, não é mais a mesma, sem deixar de ser ela mesma (tem um nome e uma história própria, apesar de estar inserida na história universal). Por mais que essa pessoa busque, encontre, conquiste, trilhe caminhos... para ela, nada nessa vida é eterno. O que pertence ao mundo é do mundo, não dela.

Enquanto no mundo, com ele somos devir e estamos sujeitos a essa condição. Daí tudo que possamos conquistar nesse contexto, seja pessoal (isso inclui o psicológico), também padece dessas mudanças. Portanto a felicidade e a paz desse mundo, concomitantemente são passageiras.

O exemplo citado vale para qualquer pessoa no seu tempo cronológico e histórico.

Por que, então, a felicidade verdadeira, a paz verdadeira, a vida verdadeira, a plenitude verdadeira a gente só encontra em Jesus Nosso Senhor?

À luz da Teologia Católica e, sobretudo, da fé, podemos partir do princípio de que Deus é Onipotente (tudo pode), Onisciente (tudo sabe) e Onipresente (está em todo lugar). Também, como se proclama na Santa Vigília Pascal todos os anos no último dia do Santo Tríduo, popularmente chamado de Sábado de Aleluia, no que se refere ao Jesus: “Cristo Ontem e Hoje, Princípio e Fim, Alfa e Ômega. A ele o tempo e a eternidade, a glória e o poder, pelos séculos sem fim.”

Deus sendo pleno em tudo, não se prende, não se limita ao tempo. Deus não é submisso ao tempo, o tempo é que é submisso a Deus. Ele, também, não se prende, nem se deixa prender ao humano. Deus não é devir como tudo que se refere a vida temporal.

E como nós, “presos” ao mundo teremos acesso a esse dom eterno e intemporal que é Deus?

Na verdade, não estamos “presos”, mas de passagem pelo mundo. Uma vez que recebemos de Deus, o dom da vida, essa vida (alma) mesmo animando o nosso corpo temporal, pela fé, não a fé natural, mas a fé como dom, estará constantemente aberta a essa plenitude.

Essa abertura que Deus nos dá é instigante e, mesmo que em alguns momentos não a percebamos, estará presente em toda nossa vida temporal.

Através do uso da liberdade, outro dom divino, à medida que a utilizamos sabia e corretamente, iremos nos eternizando em Deus.

Enquanto no tempo, arcaremos com as consequências temporais, logicamente decorrente de nossas escolhas e tomadas de atitudes.

Fazendo as escolhas certas, optar por enxergar o mundo a nossa volta com os “olhos de Deus” (fé como dom), a felicidade, paz, a vida verdadeira, mesmo “acanhada” por ainda estarmos no tempo, já começaremos a viver, apesar de no devir desse mesmo tempo, essa impressionante plenitude que nos atrai. Isso na esperança de que chegada a hora de nossa Páscoa definitiva (morte temporal), eternizaremos em Deus.

Você concorda com isso?

Enigmas da vida!

[Pe. José Neto de França]

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