EU E MEUS MONSTROS

Luciene Amaral da Silva

Acredito que vocês irão se identificar mais que eu com esse texto pelo fato dessa luta que travamos todos os dias conosco. Mas essa descoberta não é tão simples assim, porque sempre estamos dispostos a acreditar que a culpa será do outro, que a culpa estará sempre no outro, deve ser porque assim é mais fácil carregar o peso dos monstros que existem dentro de nós.

Isso fica evidente quando observamos a simples rotina de um dia. A gente acorda de uma forma, estou dizendo sentindo a vida de uma forma, mas no decorrer do dia acontecem tantos fatos que a gente passa a sentir um turbilhão de sensações e sentimentos e aquele dia que começamos mal às vezes termina bem e pode ser ao contrário também.

Mas, o mais incrível é ver como nós manipulamos as situações do cotidiano a nosso favor e como nos vitimizamos diante de situações tão simples em que muitas vezes nós a deixamos gigantescamente monstruosas.

Às vezes, nos deparamos com uma simples situação e fazemos dela um alvoroço tão grande que chega a espantar as pessoas que estão ao nosso redor. Outras vezes, estamos passando por situações tão agradáveis que não sabemos lidar com elas e acabamos buscando lembranças ruins (e as melhores são aquelas em que nós estamos como vítimas) para estragar o nosso dia.

Quantos monstros carregamos em nós, quantos deles nos sabotam, nos fazem pensar, sentir e fazer coisas pelas quais nos arrempendemos. Quantas situações difíceis construíram cada monstro que existe em mim e como acalmar cada um deles, visto que, negar sua existência é dar força a eles para continuarem a nos atormentar, afirmava Carl Gustav Jung.

Bem, o que posso te dizer é que você não é única pessoa que pensa assim e que está passando por alguma dessas situações, sim, existe muitos de nós assim e como diz a mitologia grega em que mostra na figura de Quíron, como o curador ferido, precisamos encarar nossas dores e limitações e buscar resolver, porque não somos blindados de sofrimentos, mas podemos utilizar de nossas dores para ter empatia pela dor dos outros, porque todos temos nossas feridas.


Luciene Amaral
Graduanda de Psicologia - UFAL

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