Nesta data morriam chacinados em Angicos – SE, o rei do cangaço Virgulino Ferreira “O Lampião”, Maria Bonita e mais dez cangaceiros. Em 28 de julho de 2010, exatamente 72 anos depois, eu e esta comitiva abaixo citada, estivemos naquele local: Professor Marcelo Fausto, professor Sílvio Bulhões (filho de Curisco e Dadá criado em Santana do Ipanema pelo padre Bulhões), sua esposa Dona Maria de Lourdes e seu genro Zé Luiz; José Peixoto Nóya, professor Robson, professor Pedro Paulo, Clevisson Roberto, Matias Lima e Vera Malta, funcionários do Museu Darras Nóya e os motoristas Cloves e Tonho. Fomos excepcionalmente recepcionados na cidade de Piranhas por: Inácio Loiola e Alcino Alves Costas, ambos ex-prefeitos daquela cidade (este último tem livros publicados sobre o cangaço), e Eviládio Neto e Janiele Santos do IFHAM.
Descemos o rio São Francisco de barco e chegamos a uma barranca pelo lado de Sergipe, chamada de Praia da Forquilha. Um restaurante panorâmico atende muito bem quem ali chega, e distribui uns folders com informes importantes, transcrevamos um pouco da história ali narrada:
“CIDADE DE PIRANHAS
O ARRAIAL DE PIRANHAS DATA DO SÉCULO XVIII. DUAS FAMÍLIAS DOMINAVAM A REGIÃO: OS ALVES E OS FEITOSAS. ANTES DE SE CHAMAR PIRANHAS, O LOCAL ERA CONHECIDO POR TAPERA.
A PARTIR DE UM FATO NARRADO ATRAVÉS DOS TEMPOS É QUE O LOCAL PASSOU A SER CHAMADO PIRANHAS. CONTA A LENDA QUE NUM RIACHO, UM CABOCLO PESCOU UMA GRANDE PIRANHA E AO CHEGAR EM SUA RESIDÊNCIA VERIFICOU QUE ESQUECERA A FACA DO TIPO CUTELO ÀS MARGENS DO RIACHO DAS PIRANHAS. NAQUELE MOMENTO ELE FALOU PARA O FILHO: “VÁ AO PORTO DAS PIRANHAS E TRAGA O MEU CUTELO.” COM ISSO O LUGAR PASSOU A SE CHAMAR PIRANHAS.”
Acomodados todos, nas mesas do restaurante, enquanto o “Velho Chico” nos olhava,e nós a ele, muitas histórias foram contadas. E Sílvio Bulhões contou entre outras, esta:
Pego de surpresa no meio da caatinga, seu pai Curisco, determinada ocasião, viu-se encurralado por uma tropa de soldados de polícia, composta por uns onze homens fortemente armados. Era comum quando aconteciam os embates, os participantes ficarem trocando insultos aos berros. E Curisco ouviu do meio das brenhas:
-Se prepare pra morrer Curisco, “fio” duma égua desgraçado!
E este pra não ficar calado respondeu:
-Pode vir magote de “macaco” que eu Dadá, mais 25, estamos preparados!
Seguiu-se um silêncio total. Curisco descobriu que os cabras tinham ido embora. Pensaram eles que Curisco e Dadá estavam acompanhados de mais 25 cangaceiros, na verdade 25 era o nome do cachorro.
P.S. I Tempos depois Curisco possuiria mais dois cachorros: Jardineira e Seu Amigo.
P.S. II A cachorra Jardineira era chamado por seu antigo dono de “Soberana”. Curisco mudou o nome por considerar àquele título, digno apenas de Nossa Senhora.
Fabio Campos 28/07/2010 É professor em S. do Ipanema – AL.
Contato: fabiosoacam@yahoo.com
Comentários