INTEGRAR OU DISCRIMINAR

Clerisvaldo B. Chagas

INTEGRAR OU DISCRIMINAR
(Clerisvaldo B. Chagas, 30 de agosto de 2010)

Quando o estádio de Maceió foi planejado para o terreno do Trapiche da Barra, foi positivo. Não se falava por ali ainda o nome favela. Mas na região oposta à entrada da futura praça de esportes, as habitações eram de uma pobreza de fazer medo. Não o medo direto dos donos da pobreza, mas da marginalidade gerada por ela. Construído o estádio – que logo recebeu o apelido de Trapichão – deu muito trabalho o escoamento de pedestres e automóveis após os jogos. O caso era difícil principalmente pelas imediações de casebres, lama, coqueirais, matagal e ruelas. O pensamento inicial era de que as rendas geradas após a obra, haveriam de melhorar os arredores. Fora a Avenida Siqueira Campos, coisa pouca mudou. A pobreza naquela área por trás do estádio ainda é grande. E há quanto tempo foi construído o Trapichão?
Se tudo correr bem em Santana do Ipanema com o hospital novo e geral, já chamado Clodolfo Rodrigues de Melo, poderemos nos regozijar. Ao serem construídas ali vizinhas as instalações da UFAL – Universidade Federal de Alagoas – o júbilo, então, será em dobro. Não vamos ser pessimistas diante desses dois projetos arrojados. Queremos bons fluidos guiando ambos os empreendimentos. Vamos exorcizando as energias negativas mesmo diante do quadro da Saúde no estado, Nordeste e Brasil. Eles juntos irão gerar centenas e centenas de empregos, instruções, conhecimentos, ninguém tem dúvida alguma. Essas duas instituições sozinhas irão elevar, e muito, o nome de Santana do Ipanema e proporcionar sua expansão urbana. Além disso, ambas serão motivos de novos e formidáveis investimentos. Estaremos tirando o atraso em nosso progresso, desde a construção da hidrelétrica de Xingó quando passamos uma eternidade com a BR-316, trecho Palmeira ─ Delmiro via Santana, intransitável. A construção da rodovia por Olho d’Água do Casado até Delmiro Gouveia ajudou na agonia da “Rainha do Sertão”. Não se pode negar a nova oportunidade que Santana terá para progredir, nem mesmo pelo mais bronco caboclo sertanejo. Todavia, a empolgação pela presença da Universidade e pelo novo hospital, faz esquecer a pobreza do entorno. Sem planejamento social e desenvolvimentista para uma periferia carente de tudo (onde sobejam mirantes naturais) o local continuará como hoje. É triste ver as “casas de pombos” e os terrenos acidentados de conjuntos que teimam em existir. A continuação do atraso e da miséria com letras graúdas vai depender da visão dos novos gestores municipais. Uma coisa é certa: a grande oportunidade para os conjuntos Marinho, Santa Quitéria, Cajarana, localidade Alto dos Negros e todo o Bairro Floresta é agora. Os dirigentes de olhos voltados apenas para os dois gigantes, não podem esquecer o caso “Rei Pelé”. Ou aumentará a distância da exclusão ou acontecerá à metamorfose que movem os espíritos humanistas. Para quem interessar possa, eis aqui uma consulta grátis. É INTEGRAR OU DISCRIMINAR.


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