O CENTRO CULTURAL DO SERTÃO= CCS.

Antonio Machado

Antonio Machado

Dizem que as aposentadorias deixam as pessoas ociosas e às vezes até depressivas perdendo o gosto pela vida, haja vista o contato humano ser essencial a vida, gerando alegria, levando Aristóteles a escrever: “o homem não é uma ilha”, nós precisamos de mãos que nos ajudem na difícil caminhada da vida. Uma vez aposentado merecidamente, o Dr. Tobias Medeiros, continuou suas atividades, homem de livros e longas tertúlias, ávido de conhecimento, teve o sublime e fecundo ideal de criar um órgão cultural que viesse aglutinar valores culturais de uma região, mormente à sertaneja, área inóspita, porém rica em cultura, e dentro destes aspectos criou o Centro Cultural do Sertão- CCS. Tendo como sede a vetusta cidade de Poço das Trincheiras, emancipada politicamente aos 15 de julho de 1958, por forças da Lei 2.100, sendo essa cidade terra de seus ancestrais, descontentes dos fidalgos holandeses que trouxeram o sobrenome dos Wanderley, na época dos flamengos nas Alagoas, é dessa estirpe que descende Dr. Tobias Medeiros, ficando, portanto o dia 10 de setembro de 2007, como o dia oficial da criação CCS.
O órgão uma vez fundado, coube a ser seu primeiro presidente o próprio Dr. Tobias Medeiros que começou a normalizá-lo e convidar pessoas ligadas a cultura para integrá-lo notadamente àqueles que fazem as letras sertanejas, visto o nome do órgão está mais diferenciado a essa área. E assim os anos se formam... Face seu idealismo, o presidente está construindo a sede de Centro Cultural do Sertão, às duras pernas, quase com recursos próprios, haja vista as contrições dos sócios serem ínfimas, não fazendo face quase a nada, mesmo assim, chegamos ao fim de mais um ano, numa reunião festiva e alegre em sua sede provisória, em residências de seus ancestrais, num ambiente simples e acolhedor, foram momentos descontraídos e cheios de novas esperanças renovadas na perspectiva de um novo ano promissor. O Centro Cultural do Sertão, já conta com quase trinta sócios, traz no seu bojo a preservação da cultura e dos valores que enobrecem e dignificam o homem, sem deixar de ser um liame entre os demais órgãos culturais do Estado, mesmo encravado no megatérmico do semi-ardido Alagoano, tende a crescer e projetar-se para o futuro, como um referencial da cultura no sertão, porque não se pode deixar morrer a cultura sertaneja, pontua seu fundador Dr. Tobias Medeiros. Mesmo vivendo em Maceió como membro da Academia Maceioense de Letras, esse jovem septuagenário, tem seu ideal plantado nas terras adustas do sertão, onde conviveu toda sua infância. A história dos povos está ligada a sua cultura, daí, alguém acertadamente ter dito: “preservar a história é tão importante quanto fazê-la”. Uma região em que tudo falta, eis que surge um Oásis, em um meio aos cáquitos. Um região em que tudo falta, ávido de cultura e conhecimentos, nunca é tarde para se sonhar e tentar fazer, o pensador Richard Bach escreveu esta máxima: “enquanto o homem tiver forças para sonhar, ele pode libertar sua alma e voar”. Imbuídos destes propósito tão alvissareiros, o Centro Cultural do Sertão- CCS. Continua atuante e altaneiro rumo aos seus objetivos na promoção e na preservação da cultura sertaneja. O sertão tem sido muito descriminado culturalmente, poucos tem sido àqueles que granjearam uma academia de letras ao longo da história, quando na realidade, essa área possui valores incomensuráveis como Breno Accioli, Braúlio Cavalcante, Bezerra e Silva, Cônego Fernando Medeiros, Pe. José Bulhões, Olímpio Sales de Barros, José Orêncio do Tamanduá, Tadeu Rocha, além de tantos outros valores desperdiçados pela vida afora, apoio-me na sentença do poeta Carlos Drummond de Andrade que escreveu: “a cada dia que vivo mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca. E esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade”.

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