DJALMA CARVALHO, UM ESCRITOR ATEMPORAL

Antonio Machado

Dentro da minha percepção o melhor presente que posso receber é um livro, às vezes, recebo uma dessas pérolas, livro não tem idade, é como vinho e amor, quanto mais velho, melhor, recebi recentemente, um livro escrito pela inteligência fecunda do maior cronista santanense, Dr. Djalma de Melo Carvalho, Festas de Santana, em 2ª edição. Gostei da capa da obra, alegre e espalhafatosa, cheia de graça, como o conteúdo do livro, pensei comigo, este já me é conhecido de nascimento, talvez leia algumas crônicas esparsas. Ledo engano! Não sosseguei, enquanto não dei cabo da obra com mais de 300 páginas de Festa de Santana, que chegou com uma roupagem nova e até de babado rodado, o escritor, esmerou-se em seu trabalho, pois é um artificie da crônica que remete ao passado, guardando em sua essência a beleza dos casos, constituindo-se atemporal, porque o tempo não consegue apagar, dentro de sua voragem implacável as crônicas “djalminas”, possuem cor de todas as cores, todas as matizes, vivas, outras tristes, como as folhas do mamoeiro sertanejo... ler ou reler, Festas de Santana, é dar uma volta no passado, podendo até encontrar Zabel Brincão, Seu Carôla na farmácia, o prefeito Adeildo Nepomuceno, Gissé e Ipone, ver Caçador na Rádio Correio do Sertão e tantos outros personagens que fizeram e fazem a história santanense, e ainda vivo e forte o nonagenário escritor Bartolomeu Barros que se descobriu escritor aos 80 anos, comandante mor da casa O Ferrageiro e ouvir a voz melodiosa do cantor Waldo Santana, na magistral “Saudade” do bardo Remi Bastos. Você, caro confrade Djalma Carvalho orgulha sua terra. Suas obras são atemporais para os próceres da história santanense fazendo emergir belo material para elaboração de um roteiro sentimental da cidade, cultural e imaterial, porque, você soube galhardamente escrever esses nomes na história de sua terra, concluo, Djalma, este despretensioso trabalho, mas carregado de admiração por sua índole literária, escrevendo o que disse o escritor Dr. Devis de Melo, “A história local, precisa ser registrada antes que o tempo a consuma”.

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